quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sintonia

é só chamar...

em voz, em mente, em alma....

todos os ouvidos abertos..

em sintonia

domingo, 13 de maio de 2012

mais paradoxos, menos prozac

Eu fico aqui pensando sobre algo que acontece...ou pelo menos acontece comigo....outros podem se identificar ou não...

Normalmente quando eu erro, ou me sinto errado, ou apontam meu(s) erro(s), eu me sinto automaticamente sem o direito de me colocar, de colocar o meu ponto, a minha posição...Numa logica meio perversa de "se eu estou errado, não posso estar certo". Dicotômico, né?

E isso me faz pensar nas relações como um todo...em como é comum o estabelecimento de um certo maniqueísmo diante dos conflitos nas relações...porque a recíproca do pensamento acima entre aspas também é bem frequente ["se eu estou certo, não posso estar errado"].

E essa forma binária de pensar e se relacionar acaba cristalizando as relações...e cria papéis ilusórios de pretensões permanentes, polariza as coisas....existe alguém com razão, com vez e voz, em contraposição a outro alguém, sem razão, nem vez, nem voz...

E é um posicionamento confortável, né? Em ambas as situações...tanto para o que se encontra por cima, por não ter seus pontos delicados questionados; quanto pelo que se contra por baixo, na medida em que permanecer por baixo, por mais humilhante que seja, atenua a necessidade de movimento do indivíduo, que entra no ciclo de "eu sou uma desgraça mesmo, de que adianta tentar qualquer coisa?". Isso por si só é um modo - muito bem disfarçado - de comodismo.

E por que é tão difícil quebrar esse pensamento vicioso e simplista da existência de um "certo", único e inquestionável, e outro "errado", absoluto e condenável?? Nós sabemos, pelo menos superficialmente, do caráter complexo da constituição humana e de suas relações...o que torna tão difícil aplicar essa concepção no dia a dia? Será nosso vício no pensamento binário maniqueísta? Será preguiça? Será medo? O que será?

Às vezes penso ser impossível manter relações de fato dentro desse modelo simplista.....
Como se estivéssemos presos...acorrentados...

e uma vontade de arrebentar as correntes...liberar a vida...e todas as suas características....

quebrar a dicotomia...

"ou é branco, ou é cachorro"

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Hiato

Ah, passarinho...vem pra cá....vem...
Fica aí, na janela, só me olhando....
olha pra mim, olha pra fora..

sempre vem  me visitar....
às vezes sei que vem...
outras, vem assim, que nem ladrão....

me rouba de mim...
mas só por um instante...
e volta pra janela..
e olha...

olha....

só olha
"é pavê, não é pá comê"

e nessa de ficar com fome a gente sempre se volta pra si
não dá pra comer as entranhas...
ia doer...

mas dá pra olhar pra dentro
e ver o mundo

terça-feira, 1 de maio de 2012

Fístula

Meio hermético, meio escatológico, meio sujo, meio nada...

Sei lá...acho que eu só precisava escrever...me libertar sei lá eu do quê...
Colocar pra fora sim...sim..o pus? Não sei..não sei ao certo se é isso mesmo, acho que não...só a necessidade de escrever mesmo, fluxo de consciência hermético, sem compromisso, só pra aliviar a pressão. De quê? Não sei também...aqui para descobrir, ou talvez esquecer, com sorte, resolver...mas ah, que sorte a minha seria resolver..acho que não...só aliviar a pressão mesmo? de onde veio? não sei. Na verdade sei, não quero falar, não aqui, não é o lugar, nem o momento....incômodo de súbito, mas com causa, bem definida por sinal, inevitável, eu diria..triste, com uma leve esperança de nunca acontecer...ou quem sabe uma esperança de ser negada no futuro, substituída...desperdício..é, desperdício...não bem desperdício, talvez desvalorizado seja melhor, mas ainda não, ambas muito fortes, nada tão dramático assim também...tempestuoso...o nome da música que toca agora [Tempest..fala melhor que qualquer palavra posta por aqui]..tempo, tempo...quanto tempo até as coisas se acertarem? um dia se acertarão, será? Parte de mim espera que não, parte de mim gosta é do movimento, do barulho, mais do som, na verdade, barulho não, nem turbulência, nem ruído..só o som...que não é o silêncio...a resolução tem um ar de silêncio que me angustia...enquanto as coisas não se resolvem, ainda há som..e enquanto há som, há esperança! Esperança! Ah, a palavra chave! Em quê? Na vida, em mim, em tudo...esperança....nossa última fagulha..acendedora de fogueiras....

Pronto, achei o que eu procurava!

Obrigado.