terça-feira, 23 de abril de 2013

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Oxímoro

Sinto uma serenidade intensa
Uma intensidade serena

Um furacão brisa, essa tempestade garoa


quarta-feira, 10 de abril de 2013

impalavra


Tem gente que a gente encontra e, no encontro, expande
pessoas desrobotizantes
pessoas pessoas

pessoas alma

pessoas que nos trazem de volta ao nosso centro
de volta pra casa
pessoas família

pessoas que, nos encentrando, a coisa expande

a gente expande
e elas expandem junto
mas o que expande não é nenhum de nós
mas o nós

a sensação grande de não haver "eu", não haver "o outro"
apenas a sensação de igual
o mesmo
único

apenas a relação
não mais elementos isolados

encontro

Mais mantras...


"NOTE TO SELF:
Write a letter, not an e-mail.
Start a diary, not a blog.
Give someone a compliment, not a retweet.
Burn a memory in my mind forever,
without taking a single photo.
Profess something to the world,
without making a status update.

THEN MAYBE:
Read a book.
See a play.
Learn to play piano.
Learn a foreign language.
Go someplace I’ve never been before.
Swim.
Drink more water.
Hold my friend’s baby without worrying about accidentally giving it brain damage.
Climb a tree.
Chase an ice cream truck.
Come to terms with the existence of traffic.
Laugh really, really hard at a joke.
Sing along loudly to a great song in my car at a stop light with the windows down.
Kiss my wife in the rain.
Feel profoundly small in the epic scope of the universe...
and revel in the freedom that humility gives you."

Morley

terça-feira, 9 de abril de 2013

Felicidade Clandestina

Quando não nos é permitido Ser sempre e de forma plena, o que nos resta?

Nos resta roubar a própria felicidade.
Roubar os próprios momentos e, neles, a própria vida.

Esse jeito clandestino de transitar
passando daqui prali
de lá pra cá

nesse esconde-esconde divertoso

brincando de ser feliz em meio a tanta seriedade...

brincando de ser sério nesse grande faz-de-conta...

Traduções


"Você sabe tão bem quanto eu que uma das principais causas do tédio é a estreiteza de nosso destino.
Todas as manhãs despertamos iguais ao que éramos na véspera.
Ser eternamente o mesmo é insuportável para os espíritos refinados pela reflexão. 
Sair do próprio eu é um dos sonhos mais inteligentes que um homem pode ter."

segunda-feira, 1 de abril de 2013

E a quantos - e quais - preconceitos e vícios alheios nós aderimos - seja alimentando os que existem latentes em nós ou os criando do zero mesmo - para nos sentirmos inseridos, encaixados, pertencentes a algo como um grupo, uma família ou quaisquer outra organização social, comunitária ou não?

Vi pela segunda ou terceira vez agora há pouco a seguinte frase no facebook: "Em vez de ficar torcendo para chegar o feriado ou um final de semana, por que você não arranja uma vida da qual não precise fugir?"

E eu fiquei me imaginando nessa situação de satisfação. E, em parte, me lembrando de momentos da minha vida em que de fato eu não ansiava por feriados e finais de semana [e essa sensação, eu tenho que admitir, por vezes ocorre ainda hoje, ainda nesse ano dos infernos em que eu me encontro] eu comecei a me questionar: como deve ser estranho, por um lado, não poder reclamar da segunda feira, ou não festejar a chegada da sexta, ou do sábado, ou do feriado.

E agora, enquanto escrevo, me vem outro pensamento: Como deve ser estranho nunca reclamar de ressaca, nunca reclamar da sogra, nunca reclamar dos pais, dos professores, da escola, do ambiente de trabalho, ou quaisquer outras coisas das quais comumente reclamamos?

E, ainda - e eu diria, sem qualquer perda de sentido, consequentemente - até que ponto as coisas das quais reclamamos nos incomodam de fato - ou tanto quanto tentamos demonstrar em nossas manifestações - e até que medida nossas declarações não são tentativas desesperadas de nos sentirmos de alguma forma inseridos? Já que são coisas "das quais todo mundo reclama" e, convenhamos, é bem difícil [e não arriscarei dizer que "vem se tornando mais difícil com o passar dos anos" por simplesmente não achar possível, pelo menos a mim, fazer essa comparação com o passado] encontrar pontos de comunhão com o outro. Mas na reclamação me parece que esses "momentos de empatia" se tornam mais fáceis.

Então eu volto para o ponto do meu parágrafo inicial. Por uma pergunta simples que me vem à mente: Será que nós não criamos ou geramos vários preconceitos e ideias em nós por mera necessidade de aceitação, não por convicções ou princípios elaborados? E mais, será que de tanto insistir em tornar nossos esses preconceitos "socialmente comuns", a brincadeira não fica tão real a ponto de tomarmos como parte de nós tais ideias, a ponto de ser extremamente difícil nos desvincilharmos delas?

Porque talvez - e para muitas situações - o mesmo movimento que nos faz reclamar de coisas que todo mundo reclama pode nos impulsionar a concepções de preconceito: não por de fato concordarmos com elas, mas por ser algo feito de modo comum de tal modo que não fazê-lo nos tornaria estranhos, marginais, excluídos. E eu tenho pra mim que a exclusão e a solidão - e não a morte - são os maiores medos do ser humano. Eu tenho pra mim - ainda que seja uma mera opinião pessoal - que a "morte social" é mais dolorosa e temível que a do corpo.

E nisso me vem outro paralelo: eu sinto muita afinidade por movimentos minoritários: feministas, defensores dos direitos da comunidade LGBT, defensores de "minorias étnicas" entre tantos outros por aí. E sei, por compartilhar de diversos dos ideais defendidos por esses grupos, o quanto é difícil tornar penetráveis suas ideias no meio social hegemônico. Mas agora eu penso: será que essa dificuldade não vem justamente por se tratar, por enquanto, de um pensamento minoritário?

Eu sei, eu sei, a ideia parece óbvia, mas paremos pra pensar um pouco mais a fundo: será que os preconceitos defendidos pelos grupos majoritários não são difíceis de ser combatidos mais por um receio dos indivíduos do meio conservador de enfrentar uma possível solidão perante seus "semelhantes" ao abrir mão desses preceitos grupais do que por simplesmente mudarem suas ideias supostamente enraizadas? E até que ponto esse enraizamento de fato existe no indivíduo por convicções próprias e não pelo simples fato dele - indivíduo - querer manter algum ponto em comum com o grupo no qual ele se sentiu aceito de forma mais plena para as suas referências?

Talvez a transformação não seja tão difícil pela destruição de supostas certezas que achamos ter fixas dentro de nós, mas sim pelo receio da solidão atravessada entre o romper com ideias e, principalmente, com os grupos a elas associadas e o novo encontro com ideias que de fato ressoem dentro de nós. Sem contar a coragem requerida para buscar outros grupos afins. Além, é claro, da coragem maior: assumir que em vários momentos tais grupos não existirão e, para certas ideias e convicções, teremos somente elas para nos acompanhar.

E quem é que se atreve a ter, de fato - ainda que sobre alguns aspectos, não todos - somente a si mesmo como companhia?