O título tá entre aspas, mas a frase é minha. Mas ela tem se repetido tanto na minha mente e eu repetido tando para fora que é quase como se fosse uma frase pronta, que de tanto repetir, deixa de me pertencer. Tal qual uma entidade que ganha vida própria. Por isso as aspas. Não por ser de outro autor, mas pela frase em si ter ganho vida própria. Como se as aspas delimitassem a frase como um ser vivo, individualizado, personificado nessa sensação de estafa que não tem outro nome senão a expressão do título.
Tudo anda sendo incômodo ultimamente. Eu estou incômodo. Não são as coisas, não são as aulas, as provas, as poucas horas de sono, as muitas horas mal dormidas, a falta de fome que dá, o excesso de fome que vem como rebote. Não é o cansaço físico ou a incapacidade de me organizar para manter meu corpo ativo. Isso tudo é consequência desse meu estado de ser incômodo. Não consigo nem dizer que estou incomodado. Me identifico de tal modo com a sensação que me aproprio dela. Passo a sê-la. Imerso nela, perdido de mim.
Férias. Preciso de férias. Preciso de férias como uma entidade que faça passar essa sensação de que eu vou espanar a qualquer momento, de que tudo é incômodo, de que nada está bom, de que tudo cansa e enche o saco.
As coisas perdem o sabor nesse estado de ser. Tudo é insípido, se não de um certo modo amargo. Esse gosto verde aguado de magnopyrol que não sai da boca, não importa o quanto de água a gente tome pra tentar lavar a alma dessa amargura.
Preciso de férias...