Mais que compreensão, mais que aceitação, mais que cumplicidade. O relacionar-se, para dar certo, tem que passar pelo aprendizado sobre o outro.
Aprender o outro não é saber tudo sobre ele para poder manipulá-lo ao nosso bel prazer. Aprender o outro é algo irmão da compreensão. É conhecê-lo bem, é um saber lidar. É entender-lhe as limitações para reconhecer nos pequenos feitos, grandes sacrifícios. É saber chegar quando o outro não pode vir, mesmo querendo - e mesmo negando ambos.
Para aprender o outro é preciso olhá-lo por cima dos nossos julgamentos. É entender, em cada ação dele, sua origem e sua consequência para ele mesmo.
Aprender o outro é saber suas expectativas e suas frustrações. É, sabendo onde dói no outro, não ferí-lo, mas oferecer abrigo.
Aprender o outro é respeitá-lo, sendo sincero. E ser sincero, não frio. É recebê-lo sabendo o que diz por detrás das palavras. É entender suas causas, seus porquês. É reconhecer o outro e seus esforços.
Aprender o outro é enxergar beleza. Nos acertos E nos erros. Em sua superfície e em suas profundezas.
Aprender o outro é correr atrás, quando necessário. Mesmo que o outro não saiba ainda o quão necessária é essa corrida.
Aprender o outro é ser cúmplice. Não do crime, nem do sucesso, mas de sua história, de sua vida. É ser-lhe testemunha, sem ser-lhe promotor.
Aprender o outro é saber conversar, saber sua língua.
É vê-lo, compreendê-lo, aceitá-lo.
Aprender o outro é buscá-lo, quando mais o evitam.
É saber do seu riso, a luz.
E de suas lágrimas, a fonte.
Aprender o outro é, sobretudo, assumí-lo.
E assim, amá-lo.
eu li
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