terça-feira, 21 de setembro de 2010

Episódio Piloto

Qual é essa de ter um Blog?

Eu lembro que da primeira vez que ouvi falar disso me pareceu muito coisa de adolescente perdido com mania de ser tecnológico: "Ó, agora eu tenho um diário digital. Mundo, olhe para mim!"

É incrível como a gente pode ser preconceituoso, né? Com o tempo eu fui apresentado a alguns trabalhos muito interessantes, inclusive de amigos próximos. Eles me fizeram enxergar o mundo Bloggeiro como um veículo de exposição de idéias, de divulgação de pontos de vista diferentes...

Mas e eu, sobre o que vou escrever? Vou expor meu cotidiano? Vou fazer do meu Blog um Twitter com mais caracteres? Vou tentar mudar o mundo com as minhas idéias (E será que elas chegam à metade da competência para tal feito?? Duvido muito)? "E agora, José? E agora, você?"

A resposta óbvia: ainda não sei...o título da página fala por si.

E falando em título (digressão, aí vou eu), acho que um bom modo de começar é explicar o endereço do blog. Piloto manual??? Como assim, por exemplo?

Pois é, a idéia é razoavelmente simples. Eu parto do pressuposto que, fora os momentos raros de reflexão, nós vivemos num grande piloto automático para tudo, sem questionamentos, sem parar para pensar no que estamos fazendo ou no que estamos pensando. E assim levamos a vida, seguindo um caminho desconhecido e confiando no piloto automático! Ôpa, peraí, como é que eu tomo um trajeto desconhecido e confio num piloto automático? Como eu não posso ter noção de destino ou de trajeto? E se o caminho escolhido não é adequado para mim ou para você? E qual é o SEU caminho?? Não o que a sua família ditou para você ou o que seus vizinhos esperam que você siga. O SEU próprio, aquele que dá vontade de seguir, mas falta uma dose de coragem.

Lendo um pouco (infelizmente, bem pouco) sobre o movimento Punk (o que eu recomendo a todos, até para perder o preconceito de que o movimento é coisa de adolescente retardado e revoltado com a vida), e convivendo com algumas pessoas muito especiais, eu comecei a me questionar mais sobre essa idéia de tomar as rédeas da própria vida, da própria mente. Esse "pilotem suas próprias cabeças", ser discípulo de si (endereço, inclusive de um dos blogs que eu andei lendo e que me fizeram mudar minha concepção sobre o veículo), e não dos outros. Ler e ouvir idéias e questioná-las, independente de quão confiável seja a fonte, pois nada é mais confiável que o nosso próprio senso crítico, pois ele é nosso e as coisas devem fazer sentido para nós mesmos, não para os outros. E se estivermos errados? Se estivermos, estamos. A vida é dinâmica. Esse dinamismo torna o erro compatível com a vida. Somos um processo. Ou melhor, estamos, não somos. O 'ser' pode ser considerado como uma análise temporal e extensa de uma sequência de vários estados, como etapas de um processo.

Enfim, a intenção está prestes a se perder na prolixidade. E esse é um vício contra o qual eu lutarei sempre nesse blog - e já sei que serei falho diversas vezes. Mas por hora, paremos onde estamos. A idéia é introduzir e questionar. E o resto? O resto vem com o tempo.

Muito Prazer!

E bem vindos ao meu mundo. Ao nosso mundo. Ao mundo!

4 comentários:

  1. Uma boa introdução, já dá pra ter idéia de que vem muitas coisas por aí e pelo visto terei mtos comentários a fazer. Piloto manual é praticamente andar na contra-mão pelo mundo realizando uma piracema maluca, mas que muitas vezes é necessária. Aprender a escolher seu próprio caminho sem o aval da sociedade tem um preço, talvez seja por isso que muitos anda no "automático", porque é mais fácil e indolor, Muito mais fácil é estar do que ser, pois ser leva a julgamentos, olhares tortos que talham o observado, levando-o novamente a não exposição. Enfim... apenas complementando. Parabéns pelo blog!!! Bjo criatura, ou melhor, Chico Severino!!! rsrsrs Maria Severina.

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  2. Chicooooooo!!! haha... ótimo texto! :D
    Estarei de espectadora por aqui quando der.. ;)
    beijoos,
    Mel

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  3. "O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. a primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte dele até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizado contínuos: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço."
    Ítalo Calvino

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  4. texto gostoso de ler ^^
    me lembrou uma música dos los hermanos "cadê teu suin"
    e outra do Tianastácia "tudo fora de controle" ^^
    ai ai.. e uns filmes....

    muito bom! vou acompanhar o blog..

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