A saudade que fica
A saudade que marca
No fim das coisas, o que permanece
a saudade
acaba-se o ano
findam as obrigações
os afazeres
os horários
e ela fica
persistente
menina teimosa que insiste em dizer "não!"
faz sua própria hora, essa serelepe saudade
não recebe ordens, nem conselhos
receitas ou sugestões
simplesmente vem, sem ser convidada
penetra de festa,
a que ninguém chama
nem tem coragem de mandar embora
E em meio a tantos "eu"s
ela
a saudade
essa que não se pode findar
não ainda
é preciso tempo
esse meio-irmão gêmeo da saudade
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