quinta-feira, 7 de julho de 2011

Aprender o outro

Mais que compreensão, mais que aceitação, mais que cumplicidade. O relacionar-se, para dar certo, tem que passar pelo aprendizado sobre o outro.

Aprender o outro não é saber tudo sobre ele para poder manipulá-lo ao nosso bel prazer. Aprender o outro é algo irmão da compreensão. É conhecê-lo bem, é um saber lidar. É entender-lhe as limitações para reconhecer nos pequenos feitos, grandes sacrifícios. É saber chegar quando o outro não pode vir, mesmo querendo - e mesmo negando ambos.

Para aprender o outro é preciso olhá-lo por cima dos nossos julgamentos. É entender, em cada ação dele, sua origem e sua consequência para ele mesmo.

Aprender o outro é saber suas expectativas e suas frustrações. É, sabendo onde dói no outro, não ferí-lo, mas oferecer abrigo.

Aprender o outro é respeitá-lo, sendo sincero. E ser sincero, não frio. É recebê-lo sabendo o que diz por detrás das palavras. É entender suas causas, seus porquês. É reconhecer o outro e seus esforços.

Aprender o outro é enxergar beleza. Nos acertos E nos erros. Em sua superfície e em suas profundezas.

Aprender o outro é correr atrás, quando necessário. Mesmo que o outro não saiba ainda o quão necessária é essa corrida.

Aprender o outro é ser cúmplice. Não do crime, nem do sucesso, mas de sua história, de sua vida. É ser-lhe testemunha, sem ser-lhe promotor.

Aprender o outro é saber conversar, saber sua língua.

É vê-lo, compreendê-lo, aceitá-lo.

Aprender o outro é buscá-lo, quando mais o evitam.

É saber do seu riso, a luz.

E de suas lágrimas, a fonte.

Aprender o outro é, sobretudo, assumí-lo.

E assim, amá-lo.

Um comentário: