quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Válvula da Panela?

Ultimamente ando me perguntando muito sobre os porquês desse desejo desenfreado de exposição de que as gerações atuais sofrem, principalmente nessa nova modalidade de contexto social, o famigerado "mundo virtual".

Chega a ser ilógica a ideia de se expor deliberadamente detalhes tão íntimos de si. Mas pensando em uma situação simples, me veio uma hipótese de explicação...

Estou tomado por uma impaciência incômoda e aparentemente idiopática. Pensei em divulgar esse fato. Primeiramente me veio o Facebook à mente, mas a resistência a essa possibilidade veio logo na sequência. Pensei em mandar um e-mail para um amigo que me tem sido confidente de tantas coisas, se não de tudo, nos últimos tempos. Mas não era essa a vontade. Não era a de desabafar para alguém algo íntimo. O desejo que me veio na ideia de compartilhar essa impaciência, ou intolerância, não consigo definir com precisão, era muito mais de explodir a impaciência, ejetá-la de mim. Como se a exposição da impressão a retirasse de mim, aliviando a sensação de pressão interna que ela causa.

Foi nesse ponto do raciocínio que me veio o insight. Porque hoje é muito comum ouvir-se falar nos excessos de informação a que somos submetidos, ainda mais os das gerações mais novas, que aparentemente tem maior facilidade para absorver tantos dados. Mas e se essa informação, mesmo quando parece ser absorvida, for de fato demais para quem as recebe? Será que esse impulso desenfreado de auto-exposição não pode estar relacionado com uma forma de aliviar a pressão interna causada pelo acúmulo de informações  absorvidas do mundo? Como um output de emergência para que não sucumbamos por excesso de inputs?

Nesse caso as exposições seriam como vômitos, para que não "comamos até explodir" essas informações tantas que insistem em nos ser ofertadas, como que numa versão abstrata da vítima da Gula no filme "Seven". Talvez essa exposição toda seja um modo não planejado de evitarmos um fim semelhante à do personagem do filme.

De tantas coisas sendo absorvidas, algumas tem que sair. Caso contrário, como poderíamos conter nosso próprio colapso pelo excesso de ingesta informacional e de estímulos?

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