sábado, 30 de março de 2013

Pelo menos um (re)começo

Já há algum tempo venho comentando com as pessoas - aqueles comentários feitos mais a nós mesmos do que ao outro - sobre eu estar "escrevendo mais".

Fato, estou escrevendo mais. Mas não considero, ainda, estar escrevendo melhor.

Sempre que penso mostrar esse blog a alguém, me vem a ideia de mostrar-lhes posts antigos, principalmente os datados do seu ano inicial.

Orgulho-me mais da minha escrita de ontem. Não tanto das produções atuais...

Mais. Não necessariamente melhor.

Um comentário:

  1. Derramar-se nos dedos, nas palavras, pode ser um belo exercício psicanalítico. A palavra dá forma ao inconsciente, nos ajuda a conhecer melhor quem somos no mais íntimo de nós - aquilo que se esconde por debaixo de nossa máscara de razões.
    Mas há um limite: a verborragia que nos flui e que nos faz falar tanto, racionalizar tanto, que nós ficamos surdos ao inconsciente, ao sentimento, ao tato, ao toque.
    Falar para mim é uma necessidade também, filhos de ar que somos nósdois - mas é preciso que nos calemos um pouco e sintamos a terra do corpo, os gestos, o sabor das coisas que a língua em movimento não permite desfrutar.
    Falar ultimamente me tem sido fuga, fuga amedrontada por ter sentido demais. Falar me serve agora, talvez para deixar calar o inconsciente.

    Não se preocupe com a "qualidade" do que escreves, meu querido, mas pense a respeito desse fenômeno verborrágico em nosso ser. Por que falas tanto? Quanto é necessário e vital dizer, e quanto é dito apenas para calar os sentidos?

    Perguntaste meu ascendente, é touro - vem para me assentar e me lembrar que devo trilhar meu caminho na terra, no trabalho, na responsabilidade, encarar persistentemente a liberdade que libra me inspira a tomar, meu caminho para a maturidade libriana é, enfim, o corpo, o trabalho, a matéria, os sentidos, o sexo. E minha lua? Em peixes, ou seja, tudo o que sinto, sinto demais e quero de todo o jeito sublevar aos céus, me entrego ao luto e ao amor de maneira doída e chorosa, me entrego às drogas como as parceiras em minha solidão de sentimentos....E elevo, como a água que evapora e sublima aos céus, essa torrente toda de sentir, a graus quase sempre insuportáveis de calor e frio, até que tudo se resolva e o nó se desate...

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