domingo, 13 de maio de 2012

mais paradoxos, menos prozac

Eu fico aqui pensando sobre algo que acontece...ou pelo menos acontece comigo....outros podem se identificar ou não...

Normalmente quando eu erro, ou me sinto errado, ou apontam meu(s) erro(s), eu me sinto automaticamente sem o direito de me colocar, de colocar o meu ponto, a minha posição...Numa logica meio perversa de "se eu estou errado, não posso estar certo". Dicotômico, né?

E isso me faz pensar nas relações como um todo...em como é comum o estabelecimento de um certo maniqueísmo diante dos conflitos nas relações...porque a recíproca do pensamento acima entre aspas também é bem frequente ["se eu estou certo, não posso estar errado"].

E essa forma binária de pensar e se relacionar acaba cristalizando as relações...e cria papéis ilusórios de pretensões permanentes, polariza as coisas....existe alguém com razão, com vez e voz, em contraposição a outro alguém, sem razão, nem vez, nem voz...

E é um posicionamento confortável, né? Em ambas as situações...tanto para o que se encontra por cima, por não ter seus pontos delicados questionados; quanto pelo que se contra por baixo, na medida em que permanecer por baixo, por mais humilhante que seja, atenua a necessidade de movimento do indivíduo, que entra no ciclo de "eu sou uma desgraça mesmo, de que adianta tentar qualquer coisa?". Isso por si só é um modo - muito bem disfarçado - de comodismo.

E por que é tão difícil quebrar esse pensamento vicioso e simplista da existência de um "certo", único e inquestionável, e outro "errado", absoluto e condenável?? Nós sabemos, pelo menos superficialmente, do caráter complexo da constituição humana e de suas relações...o que torna tão difícil aplicar essa concepção no dia a dia? Será nosso vício no pensamento binário maniqueísta? Será preguiça? Será medo? O que será?

Às vezes penso ser impossível manter relações de fato dentro desse modelo simplista.....
Como se estivéssemos presos...acorrentados...

e uma vontade de arrebentar as correntes...liberar a vida...e todas as suas características....

quebrar a dicotomia...

"ou é branco, ou é cachorro"

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