quinta-feira, 2 de junho de 2011

Lodo

Escuro, sujo e fedorento

Esse licor denso que escorre de mim e mancha o chão. Toda a escuridão do pó que se faz em cinzas. Se espalha que esparrama e se expande e contrai...

contraído por dentro me ponho ao mundo
sem vontade e sem opção

nas palavras de letras negras procuro a saída do negro desse coração
da fuga de mim mesmo procuro o meu encontro

preciso me livrar desse cárcere
o Eu

esse eu que me aprisiona
que cria grades
paredes
muros
escuridão

esse eu de ilusões
esse eu de distorções
expectativas
que cria correntes
jaulas
prisões

do pó ao pó?
à liberdade do pó
clamo a libertação de mim mesmo

essas correntes
esse claustro

preciso me libertar de mim mesmo
preciso abrir meus olhos
para além dessa escuridão

para fora desse lodo

Um comentário:

  1. *mão estendida*

    lembrei dos desenhos que te fiz.
    as vezes essa coisa toma conta mesmo.

    mas me lembra água.
    eu gosto é quando tem bastante água pra se puxar com o rodo, quando tem pouco a coisa seca por si só. o gostoso é tirar tudo de uma vez. ver o volume. sentir a coisa ser retirada com a minha própria força.

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