quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O prenúncio da morte de uma ideia

http://www.youtube.com/watch?v=VbG0hu5V4AA

E quando nos vemos tão decepcionados com a nossa própria incapacidade a ponto de percebemos que decepcionamos uma boa ideia, uma boa proposta, seus antecessores e, o pior de tudo, a nós mesmos?

Quando assumimos algo no passado e, no duro presente, nos desarticulamos de tal forma com certos objetivos e potenciais condutas que chegamos ao ponto de nos vermos assassinos de um ideal cultivado por nossos antecessores e que matamos por inanição...por falta de ação, por estarmos desmotivados, por não conseguirmos motivar outros, parceiros ou possíveis sucessores e, pior que isso, a nós mesmos?

E quando a ideia é boa e aparentemente simples, mas, por motivos que por vezes escapam à nossa percepção momentânea, nos vemos não sendo capazes de levarmo-na a diante?

Quando assumimos algo por ter aquela inicial certeza de ser o momento certo, o mais propício, o mais frutífero e, dentro dessa oportunidade temporal, vemos que as bolas a mais que tentamos adicionar ao nosso malabarismo pavoenantemente auto-expositivo acabam por nos incapacitar de mantermos quaisquer uma delas - inclusive as com as quais começamos - no ar. E elas desabam. Passamos a menos que malabaristas amadores, iniciantes.

E o que fazemos com a culpa? E a vergonha?
E o não saber o que fazer para reparar o irreparável?
E o peso por termos decepcionados pessoas queridas, que nos confiaram sua sucessão e suas ideias, às quais não fomos capazes de dar continuidade?

Como discernir o que de fato é nossa culpa e onde o ambiente ou os que estão a nossa volta também têm sua parcela de participação? Como sociabilizar os danos que são passíveis de sociabilização?

E o que fazer com os danos não sociabilizáveis?

A resposta é mais do que óbvia, não? Aceitamos o impacto em nossa face.
Merecemo-no, afinal.

Afinal, em casos esses, mesmo que no fundo não seja, a sensação é única: a culpa, no fim das contas, é nossa.

Brincar de vida adulta não tem pique, não tem "tempo!", não tem pausa.

E às vezes não conseguimos fazer mais do que escrever para tentarmos expurgar de nós mesmos o sentimento de vergonha e culpa pela nossa própria e atestada incompetência.
=(

Um comentário:

  1. assim, assim como eu já disse sobre discussão de outros assuntos, considero os fatores externos tanto quanto os internos.

    Os fatores outros que independem de nós.
    Temos limites, não somos e não conseguimos talvez entrar em certas CAIXAS, algumas não nos cabem, outras são largas, mas o fato é: que algumas pessoas, como nós talvez, não servimos para nos prender em caixas. Essa padronagem. Ter tais e tais características
    as coisas não se adaptam a nós. Estão prontas. Não nos dão dicas, elas são. Nós estamos o tempo todo. E esse "estar" refere a mudanças, a transformações constantes, a dificuldades, aprendizado.

    E isso faz com que certas coisas não dêem certo. Por "falta de enquadramento", em parâmetros que inexistem em nós. De falta de apoio, de bases, de muitas coisas. Dentre todas elas, a principal é a BOA ESTRUTURA.
    Sem isso, fica difícil qualquer coisa resistir. Mesmo que se tenha todas as outras coisas: esperança, força, paixão, paciência, vontade.

    Acho que isso é motivo de sobra para diluição de culpas. Expandir o olhar, mesmo que admita-se sua parcela.

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