segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Lágrimas vomitadas no papel

Na....

Na....

Na ne

ness...

Necessidade...

De escrever

sei lá eu o quê

as palavras cantam para sair
querem o ar
querem seu lar
querem voar
querem cair
no mundo
na vida
na ida

de-sa-pa-re-ci-da

Nossa senhora que roga pelos que acreditam
e dizem que tanto assim pelos incrédulos....

se de fato for...que rogue também por mim

que não sei mais
não sou mais
não
simples
a negação

do mundo fosco que se dissolve em cores sem brilho
em tons de sombra

em contrastes do escuro com o opaco
O parco pão de ânimo para levantar
Para a coragem de sorrir o dia
No riso amarelo da obrigação de sair de si
de ser no mundo
sem vontade de ser se não em si mesmo
ensimesmado que só
sem conseguir explicar
sem vontade de entender
sem graça para tentar falar
sem ânimo nem para ler

tudo é longe
tudo é pouco
e os excessos estão a transbordar pela garganta

excessos de uma vida de limites excedidos

a vontade remanescente de simplesmente ser
e correr sorridente
sem obrigações
malícia, preocupações

pelo salão da festa alheia
que se faz sua dentro de sua completa existência
e a falta que faz essa completude perdida

os sorrisos custosos
as cores com as marcas de pincel
que forçam-nas no branco do papel
roubam-nas do que sonha ser o céu

Problemas tantos, não mais o seu

Sem saber encaixar em nada o que falta dentro de si
O que sobra de si e não cabe no seu mundo

imunda criação forçosa da vida

Essa vida Severina...

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