sábado, 5 de novembro de 2011

Reticente

O peso presente
O sorriso latente
Todas as suas repetições

O constante vai e vem
alegrias, tristezas
choros, risadas
repetidas emoções

O visitante do café da tarde
hora se esquece de bater à porta
outra não deixa, é pontual

e a roda girando continuamente
nos levando para frente
len-ta-men-te
nos fazendo passar por todos os seus pontos
repetida e reticente

nesse embaçar de vidros
o embaçar da vida
que continua lá fora
pela janela do quarto
com todas as suas cores
todos os sabores
e todas as suas dores
que não são minhas

e enquanto isso eu aqui
me divertindo com os vultos através da janela
vendo deles o que há em mim

o que sempre precisou ser visto

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