domingo, 4 de dezembro de 2011

Irresoluto

Sabe que tem horas em que tudo dentro de nós se embalaia? É, isso mesmo, embalaia. Não vou colocar aspas. Se a palavra nunca foi dita por ninguém antes, ela está aqui, neste momento, criada.
De gatos. De balaios. Quando escrevo "embalaiado" eu imagino essa cesta de palha, com lãs dentro. Várias, de várias cores e tipos. E um gato enrolado nelas de um jeito, que não se pode definir coisa alguma.

É essa a sensação. Sem grandes explicações por aqui. Hoje acordei mais querendo ter a liberdade de me expor do que a sorte de ser compreendido. Porque compreensão tem muito disso, né? Sorte.
Lugar certo, hora certa..momento certo entre emissor e receptor. O que os falantes do inglês chamam de timming.

Mas quando tá tudo junto, e não se sabe dizer, precisar de certo, o que prevalece? E quando nada prevalece e tudo que se tem de notório, de comum, é o emaranhado? Quando não existe moda, nem tampouco média e tudo o que se mostra são impossíveis variâncias que se sobrepõe umas às outras...distribuições que nada mais têm além de variâncias....essas coisas impossíveis que só existem na nossa cabeça...que só existem na cabeça de quem sente, nunca, jamais na de quem só entende.

Sentir...essa coisa estranha e boa e ruim e amarga e doce e ácida e salgada e tenra e macia e áspera e tudo. Tudo é e nada parece fazer um sentido só. Os sentidos são vários, as ligações são outras, a lógica se expande para além de si mesma. Criam-se novos parâmetros, muda-se a regra do jogo quando se sai do simples pensar.

E fica tudo assim, Embalaiado.

às vezes dá aquela vontade incontrolável de só viver, de só sentir as coisas que são mais vivas, as coisas mais Yang..mesmo havendo tantos Yins no meio de tudo...

Na verdade a vontade é de poder viver tudo. Tudo. Yin, Yang e toda a gama existente entre eles. Nem só o negro, nem o branco. Nem vilão, nem herói. Nem sim, nem não.

De todas as possibilidades, de todas as alternativas,
Eu mesmo

Mesmo assim, irresoluto.

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