sábado, 3 de dezembro de 2011

Saudade

A saudade que fica

A saudade que marca

No fim das coisas, o que permanece
a saudade

acaba-se o ano
findam as obrigações
os afazeres
os horários

e ela fica
persistente
menina teimosa que insiste em dizer "não!"

faz sua própria hora, essa serelepe saudade

não recebe ordens, nem conselhos
receitas ou sugestões

simplesmente vem, sem ser convidada
penetra de festa,
a que ninguém chama
nem tem coragem de mandar embora

E em meio a tantos "eu"s
ela
a saudade

essa que não se pode findar
não ainda

é preciso tempo

esse meio-irmão gêmeo da saudade

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