segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Aberto Para Balanço

O medo de sentar ao piano com apenas minhas duas mãos vazias
A saudade das outras duas que faziam quatro
tentando compor uma sinfonia
Tentando orquestrar ao piano
Com medo de aceitar apenas o som natural do instrumento

Hoje, apenas duas mãos
minhas duas mãos vazias
tentando ouvir aqui dentro a música natural
minha música original
A música do mundo
meu mundo particular

O som singelo de dentro
pálido, fosco e  tímido
meio sem forma
meio sem chão

meio sem saber pra onde ir
meio sem saber de onde veio

fecho-me do meu mundo de dentro
tentando encontrar coragem para cair no já iniciado
a jornada sem volta

às duas mãos vazias
à sensação ilusória e real de insuficiencia
tornar o velado real descoberto

encarar a si mesmo não é fácil

se abrir para se encontrar dentro de si
fora, no mundo

onde começa o de dentro
e onde vem o que é de fora?

o que afinal de contas é real em todo esse vazio?

Um comentário:

  1. Sento-me sozinho ao piano sem problemas, minhas duas mãos são suficientes para falar de mim e me definir. Se hoje, comigo existem quatro, elas continuam sendo dois pares, em harmonia, mas ainda dois pares independentes e que compõem cada um sua própria música. É preciso estar inteiro para compor a sinfonia, só com essa "inteireza" é possível tocar a quatro mãos. Put yourself toghether Dude, and face the music!!!! Abração, conte comigo!!!!! :^)

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