domingo, 19 de fevereiro de 2012

Origens

Pequeno final de diálogo noturno com a mãe, antes de dormir:
"Preciso retornar às origens"
"É bom"

É engraçada essa sensação de ser um labirinto de si mesmo. Uma caça ao tesouro criado de si para si. Aquela sensação de ter escondido algo tão bem escondido que fica difícil se lembrar onde esse algo foi parar.

Respostas, perguntas, características. Aquelas que eu busco, que eu de certa forma sempre busquei....e, também de certa forma, sempre estiveram aqui em mim. Algumas latentes, outras escancaradas ao meu orgulho que teimava na cegueira caquética para me manter numa confortável estabilidade paralítica.

Sem escoriações, sem cicatrizes, nem calos ou alegrias, escondido dentro da bolha de si mesmo.

E aos poucos, no confronto, na briga, no afago, no abraço, na bronca [da mãe, dos amigos, dos mais que amigos] as respostas vêm, as características, as perguntas....tudo aquilo pelo qual sempre busquei vem vindo à tona...hora devagar, hora repentino...

E nessas horas a natureza cíclica das coisas parece fazer mais sentido do que nossa noção vetorial de realidade. Como se fossem necessários retornos, resgates, para poder seguir em frente, sair da lama, desestagnar.

Aquilo que eu sempre fazia..que por motivos vários acabei parando, reprimindo, castrando, desestimulando...

Quando percebemos que enquanto crianças eramos potencialmente muito melhores do que somos hoje, acho que é hora de revermos algumas coisas, jogar fora certos conceitos...

Fazer resgates

Resgatar a criança

Mas antes disso, o camelo tem de ir ao deserto

E lá, antes, se tornar leão

Para enfim transcender



E viva o retorno do filho pródigo

Viva as origens!

2 comentários:

  1. E os ciclos de mudanças e transformações, mas paradoxalmente constante, é o que dá sentido à nossa caminhada. O que seria de nós sem o retorno? Sem voltar e ver que tudo está mudado, mas sempre há um ramo verde prontinho para florescer e cobrir de cor todo aquele jardim secreto?

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